Nordeste
Aqui me sinto um
estrangeiro,
sacoleiro de sonhos
bandoleiro de minha terra,
fui iludido...
vencido,
sem ter nem ido à guerra.
Me amordaçaram
me chamaram de pau de arara
de iletrado...
dizem por aí que sou analfabeto
filho bastardo
com mobral incompleto.
E quando me vejo aperreado
Quero denunciar...
mais não tenho a quem
pois a tv que tenho
não me ver,
não ver ninguém...
Sem querer me convenci,
me convenceram,
pela tv das ilusões
sou filho da pátria mãe que me pariu...
sou órfão da justiça
que um dia me garantiu
ter um nome,
ser um zé,
não um zé qualquer
ter a mim mesmo
e com orgulho
ser chamado de José.
Não servir apenas
de personagem com fome
em romances voltados ao DEUS dará,
esse humor estereotipado de negro
me lança ao sortilégio
Numa triste poesia...
que literalmente me consome.
Beto Nazário
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